quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Fatos e Versões - 26-10-2012


NOVATOS DO PODER
A coluna continua comentando sobre a composição da nova Câmara de Vereadores que tomará posse em janeiro de 2013. Já falamos dos vereadores reeleitos e dos que retornaram ao poder Legislativo, vamos agora falar hoje dos dois últimos novatos que chegarão a Câmara em 2013, são eles, o dançarino Adilson Pé de Chumbo, que teve a maior votação entre os eleitos e o advogado e ex-secretário de Meio Ambiente, Rômulo Azevedo. Muito tem se falado sobre os novatos, pois alguns possuem habilidades diversas das utilizadas por um vereador “convencional”, mas não é mistério nem demérito que cada um dos eleitos tem suas virtudes e seu merecimento pelos votos que receberam e que os levou a vitória. Certamente cada um dos novos vereadores terá sua chance de mostrar seu trabalho e sua capacidade de representar o povo, mas também é certo que as cobranças sobre estes escolhidos será ainda maior que os anseios depositados sobre esta legislatura. Capacidade, independência e comprometimento social serão imprescindíveis para os vereadores. Será que todos os eleitos possuem estas virtudes na medida certa para bem corresponder os anseios dos eleitores que os elegeram?
 NOVATOS NO PODER – RÔMULO AZEVEDO – PRTB
O jovem advogado Rômulo Azevedo PRTB tem obtido certo êxito em sua ainda curta vida política. O advogado tentou uma vaga na Câmara na eleição de 2008, não foi bem sucedido, mas obteve muitos votos. Em seguida o novo vereador eleito engajou-se na vida partidária, conseguindo espaço no meio político e bom relacionamento entre “personalidades do poder”, o que lhe rendeu a vaga como primeiro secretário municipal de Meio Ambiente. No posto de secretário municipal, Rômulo ganhou ainda mais gabarito para disputar a vereança e chegou à vitória nas urnas. O vereador novato não tem tanto tempo na política, mas é hábil negociador e conhece bem os “agentes e o quem é quem” da política local, o que lhe dá vantagem sobre outros novatos. Além disso, Rômulo possui bom trânsito nas muitas correntes políticas locais, o que a primeira vista é bom, mas isso pode ser um problema no futuro para o novo parlamentar. Por ter sido eleito pela oposição ao governo do PTB, espera-se de Rômulo uma postura oposicionista no Legislativo, porem seu bom relacionamento com o deputado Dilzon Melo, entre outras personalidades políticas do novo governo pode causar constrangimentos ao novo parlamentar.
Rômulo quer ser um vereador atuante e independente, mas suas ligações com o atual governo vão forçá-lo a começar o mandato na oposição, não se sabe até quando. Em relação a independência, o vereador também terá que mostrar habilidade, pois deseja crescer na vida pública e na influência no Legislativo, mas para isso deverá atrelar-se a um grupo político, possivelmente liderado pelo deputado federal Diego Andrade, o que vai implicar em certa perda de independência, mas ganho de força política, justamente o que Rômulo precisa para crescer ainda mais em poder e influência.
O novo vereador já se articula na construção do seu próprio grupo político, identificando “pessoas chaves e aproveitáveis' do governo que se despede em 2012 e lideranças partidárias próximas, além disso, Rômulo também “garimpa lideranças sociais e articuladores da sociedade civil” que possam apoiá-lo em sua jornada política que começou com o cargo de secretário municipal na gestão petista, prossegue com a vaga de vereador e, se depender do advogado, terá muitas outras etapas. Sabe-se que Rômulo tem vocação para a política, só não sabemos se o advogado e empresário estará disposto a pagar o preço e o desgaste de envolver-se em tamanha “rede de disputas e intrigas” que é o que se tornou a vida política no Brasil.
 NOVATOS NO PODER – ADILSON PÉ DE CHUMBO – PR
O vereador mais votado da cidade foi Adilson BBoy Pé de Chumbo, do PR, com 2.863 votos. Ele tem 33 anos e é a primeira vez que ocupa um cargo político. O seu partido, o PR, foi o segundo mais votado, com 4.100 votos e conquistou duas cadeiras na Câmara. Pé de Chumbo tornou-se notícia depois de sua vitória nas eleições, há quem aplauda sua eleição, como também existem descontentes com a alta porcentagem de “votos de protestos” que ajudaram Pé de Chumbo a chegar no Legislativo municipal. Mas fato é que Adilson BBoy será vereador pois, legalmente, esta apto a exercer o cargo. Também não há que se falar em “experiência” política, pois na verdade muitos que jamais foram políticos desempenharam bons mandatos quando tornaram-se vereadores. Além disso, é bem provável que a eleição de Pé de Chumbo tenha se dado em razão da “exaustão” do povo com os “políticos profissionais” que povoam os parlamentos do Brasil.
Não se conhece o perfil de atuação do vereador eleito, mas não se acredita que o eleito vá querer neste início de governo “buscar holofotes pela sua capacidade política ou intelectual”. É provável que por pertencer a base de apoio do PTB, Pé de Chumbo vai votar com o governo sem muitos questionamentos e “abrigar-se” na experiência do companheiro de partido e colega vereador Dr. Adilson Rosa. Além disso, “amigos e supostos tutores” do eleito estão orientando-o neste início de jornada.
Pé tem tudo para ser o porta-voz das pessoas mais humildes da sociedade, pois verdadeiramente tem acesso diário com essa gente, no entanto não se sabe se o eleito está preparado para expressar sua própria opinião sobre os temas que serão abordados no Legislativo e na formalidade que o rito legislativo exige.
Se conseguir aprender rápido os tramites administrativos e políticos da vida legislativa e tiver boa assessoria pessoal, Pé de Chumbo pode não ser apenas um “acontecimento meteórico eleitoral passageiro” na política de Varginha, mas mostrar aos descontentes que “todo cidadão com boas intenções” pode ser um bom político e ajudar a cidade a crescer, com trabalho sério e dando exemplo de transformação. Pé de Chumbo pode até estar sendo “vítima de descrédito ou inveja” por alguns, o que já poderia ser esperado, mas a realidade é que o político vai ter a oportunidade de mostrar serviço, e o jovem tem ideais verdadeiros e puros, talvez não realizáveis, mas verdadeiramente honestos e simples. Não acredito que o eleito será o presidente da Casa Legislativa, como já se ouviu pelas ruas, mas é certo que Pé de Chumbo já é visto com maior destaque pelas ruas que o próprio presidente do Legislativo, resta saber até quando vai a fama e se esta fama também será atribuída a bons projetos e intervenções inteligentes no plenário.
Acredito que Pé de Chumbo pode, ao seu modo, fazer o melhor, surpreender, mesmo sem ter muito estudo, o jovem tem bom coração e sensibilidade social, mas terá de abandonar supostas práticas do passado que condenariam sua vida política se praticadas agora por um vereador. Mas isso os “tutores” já sabem e estão atentos para fazer de Pé de Chumbo o “voto de protesto que deu certo e trouxe orgulho” aos 2863 eleitores que o levaram ao Poder.
 PERGUNTAR NÃO OFENDE
Já começaram as reuniões secretas para “curar feridas e abrir novos caminhos” entre os políticos que disputaram as eleições de 2012?
 Será que em 31 de dezembro de 2012, quem sair por último vai precisar de apagar a luz ou a conta já estará cortada?
 Quando de sua escolha, o famoso Rei Davi, era o mais desacreditado entre seus irmãos. Será que o “famoso” do novo Legislativo poderia ser o que hoje é o mais desacreditado entre os eleitos?
 Já existe quem desfile pelas ruas se intitulando secretário municipal?
 REPÚBLICA DO PÃO DE QUEIJO
A representação empresarial em Brasília está virando um domínio mineiro. As duas maiores confederações de empresas, a da indústria (CNI) é comandada por Robson Andrade, já a dos transportes (CNT), é dirigida pelo senador peemedebista Clésio Andrade, ambos mineiros, ricos e politicamente poderosos. Também são de Minas os atuais representantes nacionais do setor automobilístico, Cledorvino Belini (Presidente da FIAT); da indústria têxtil, Aguinaldo Silva (Presidente do Grupo Cedro Cachoeira); e da mineração, Fernando Coura (Diretor da FIEMG), entre outros. Só falta agora Roberto Simões, da Faemg, assumir o comando da CNA. O que seria muito bom para o setor cafeeiro de Varginha, pois Roberto Simões é ligado ao setor na cidade. A presidência de Roberto Simões é esperada para breve, pois Simões, já é o vice-presidente e nome cotado para suceder a senadora Kátia Abreu quando esta deixar a presidência da entidade da agricultura para disputar um cargo executivo - o curso natural de sua carreira política.
 GANHA MAIS NÃO LEVA
Para alguns prefeitos e vereadores eleitos nestas eleições municipais, o mandato ainda não está garantido. Trata-se dos que têm pendências judiciais a resolver. A probabilidade de que não possam assumir ou se manter nos cargos é bastante alta: a presidente do TSE, a mineira Cármen Lúcia, que está sempre em BH, e tem votado pela condenação de mensaleiros no STF, já avisou que a corte eleitoral não será tolerante com fichas-sujas ou crimes eleitorais. Ainda restam cerca de 3 mil procedimentos eleitorais para serem julgados até a diplomação e posse do eleitos, até lá, muita coisa ainda pode acontecer, em Varginha, Minas e no Brasil a fora.
 APOSTAS DO PT
No final do segundo turno, o PT mineiro volta esforços e expectativas para Montes Claros, onde disputa com o deputado estadual Paulo Guedes (PT), e Uberaba, onde apoia Paulo Piau (PMDB). O partido ainda vê chances de virada e êxito nessas cidades. Em Contagem, onde o PT concorre a prefeitura com o deputado estadual Durval Ângelo e em Juiz de Fora, onde a legenda disputa com a ex-reitora Margarida Salomão, a situação do PT é descrita por deputados petistas como "muito difícil". Mas o que isso interessa ao PT de Varginha? Bem, em caso de vitória de Paulo Guedes em Montes Claros ou de Durval Ângelo em Contagem, a vaga de deputada estadual sobra para a ex-primeira dama de Varginha, Geisa Teixeira (PT), o que daria uma sobrevida ao PT municipal depois da derrota nas urnas este ano.
Mesmo no PT de Varginha há quem esteja “incrédulo” quando a possibilidade de Geisa Teixeira assumir a vaga de deputada estadual, mas a realidade é que, o PT de Varginha precisa desta vaga para Geisa se quiser se manter vivo na política local. Do contrário, iria começar praticamente do zero em 2016 para lançar um nome competitivo ou vivo na memória do povo.

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