Meu
quadrado
No começo
desta semana o Governo do Estado entregou à Polícia Militar 90 viaturas,
armamento e equipamentos para as unidades de policiamento rodoviário em 64
municípios, dando início ao projeto Cinturão Rodoviário em Minas. O
investimento foi de R$ 10 milhões para a compra dos carros e equipamentos como
bafômetros, notebooks, câmeras digitais e microcomputadores. Nada de novo até
ai. Pois é dever do Estado investir em Segurança Pública. Ocorre que a escolha
de qual das cidades e regiões que seriam agraciadas foi motivo de brigas na
base aliada do governo, pois os deputados não estão tendo muito recurso para
apoiar as bases eleitorais, muitos perderam eleições e aliados pelo interior.
Na disputa para agraciar suas bases, o Deputado Federal Dimas Fabiano (PP/MG)
conseguiu uma nova viatura policial para a cidade de Caxambu e mais duas para a
cidade de Itajubá. Varginha já foi agraciada no lote anterior de distribuição
de veículos, porém o “bônus eleitoral” da entrega foi dividido por diversas
autoridades, entre elas, o deputado estadual Dilzon Melo (PTB/MG).
Dono da bola
Passadas
as eleições, a “bola do poder” que estava com o povo, é passada agora aos
políticos, principalmente aos que controlam legendas partidárias e grandes
grupos políticos. Na cidade, muitos que possuem poder em sua legenda preparam a
“mexida partidária” para permanecer ou tomar o poder. Quem perdeu a eleição
terá maior dificuldade, mas o certo é que muita articulação de bastidores já
contamina diversas autoridades para as convenções partidárias que acontecem
neste final de ano e no início de 2013. Essa é a primeira articulação
partidária focando diretamente as eleições de 2014. E vejam que acabamos de
sair de uma eleição, mas na cabeça de quem tem ou teve o poder, toda hora é hora
de fazer política.
Quem
tiver o controle sobre as máquinas partidárias em 2014, já se garante como
participante do “jogo político” das eleições de 2014. Varginha terá muitas
“mexidas partidárias” e muita briga de bastidores é esperada para o início do
ano que vem.
Grande, sem líder e sugado?
De acordo
com o cientista político Rudá Ricci, o PMDB sai em desvantagem em relação ao PT
por não ter um representante de expressão nacional, tendo que ceder em alguns
acordos políticos para se manter no poder.
"Para
manter a força nacional, o partido precisa manter alianças nos grandes centros.
Quase sempre é forçado a uma aliança ou outra. É uma espécie de arapuca
eleitoral", analisa o cientista político, citando o caso do
vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), que participa das
negociações das alianças em importantes cidades do país, como aconteceu em Belo
Horizonte e em São Paulo.
"O
PMDB precisa encostar em um partido com liderança nacional para fazer valer sua
força", entende Rudá Ricci. A popularização do PT nos últimos anos também
é apontada pelo
analista como motivo pela falta de sucesso peemedebista. "O PT está
sugando o eleitorado do PMDB, que é considerado o partido mais popular do
país".
Medidas excessivas e tardias
A Coluna
Fatos e Versões matem boa convivência com diversos outros órgãos de
comunicação, como rádios, jornais etc. E acompanha o trabalho de diversos
outros atores da cena política da cidade. Nesta semana, a coluna leu e
refletiu, sobre a análise política realizada pelo jornalista Marcos Madeira, da
Rádio Vanguarda e Blog do Madeira, sobre a gestão petista de Eduardo Corujinha
e as recentes medidas tomadas por sua gestão. A coluna concorda e aprova a
análise e reproduz abaixo na íntegra o texto do “colega de caneta” Marcos
Madeira.
“O prefeito Eduardo Corujinha tem tomado uma série de medidas de
contenção de despesas. Algumas têm parâmetro correto, dentro da administração
pública, como o corte de horas-extras e viagens desnecessárias. Contudo, o
prefeito tem excedido em adotar medidas que avançam sobre o direito dos
servidores e da população, como o corte do ticket e do vale-transporte. Não sou
contra corte de verbas para manter os serviços a contento. Mas esses cortes
chegam ao ponto de prejudicar os próprios serviços essenciais à população, o
que causou indignação de servidores e contribuintes.
Exemplos são a falta de médicos na UPA, demissões dos atendentes das policlínicas, fechamento do restaurante popular, falta de remédios e exames fornecidos à população. No que tange aos servidores, há notícias de que os adicionais de insalubridade, periculosidade e penosidade foram cortados, sem a verificação prévia sobre direito ou não ao adicional
Exemplos são a falta de médicos na UPA, demissões dos atendentes das policlínicas, fechamento do restaurante popular, falta de remédios e exames fornecidos à população. No que tange aos servidores, há notícias de que os adicionais de insalubridade, periculosidade e penosidade foram cortados, sem a verificação prévia sobre direito ou não ao adicional
A própria
forma com que a prefeitura apresentou à câmara o projeto que muda a jornada de
trabalho dos servidores (e seus salários) é questionável. Juristas do Direito
Administrativo ressaltaram que a administração pode rever seus atos
administrativos, mas no caso dos adicionais (periculosidade, insalubridade e
penosidade) entendem eles que seria necessária a prévia perícia. O corte, sem
direito de defesa do servidor, pode constituir uma afronta aos princípios
jurídicos da ampla defesa trazidos na Constituição Federal.
Os trabalhadores da Área Azul também terão redução no salário e jornada. Em tese, não há vedação na lei para essa medida. Mas ela causa um verdadeiro estrago na vida daqueles que contavam com o trabalho e salário, sem falar nos reflexos no comércio local, com a queda da injeção de recursos. A própria presença dos funcionários da Área Azul já traz uma certa ordem ao sistema de estacionamento rotativo.
Os trabalhadores da Área Azul também terão redução no salário e jornada. Em tese, não há vedação na lei para essa medida. Mas ela causa um verdadeiro estrago na vida daqueles que contavam com o trabalho e salário, sem falar nos reflexos no comércio local, com a queda da injeção de recursos. A própria presença dos funcionários da Área Azul já traz uma certa ordem ao sistema de estacionamento rotativo.
Medidas
que ainda estão assustando a população referem-se a possíveis cortes no volume
da merenda escolar.
Não se
sabe se esse rol de medidas foi tomado tecnicamente, para cortar despesas. Não
dá para identificar se foram ações exclusivas do prefeito Corujinha ou se por
imposição da cúpula do Partido dos Trabalhadores.
O que
fica é a impressão de que se foi uma medida político-partidária, o objetivo
seria “aniquilar” de vez a carreira política do atual prefeito. Talvez já
vislumbrando o retorno de Geisa Teixeira nas próximas disputas eleitorais.
Uma coisa
é certa: se parte dessas medidas tivessem sido tomadas por Corujinha quando ele
assumiu a prefeitura, certamente Eduardo Carvalho estaria, hoje, na condição de
prefeito reeleito de Varginha”.
FRASES
“Eu diria
que a Copasa será uma prioridade na nossa gestão, de mantê-la, porque
garantidamente nós temos um bom serviço”. - Prefeito eleito sobre a Copasa,
indica que estatal terá renovado seu contrato e vai continuar prestando serviço
na cidade.
“Sugiro
que se faça uma reunião imediata entre todos os membros da coligação PRTB, PMDB
e PDT, para analisarmos a campanha e definirmos nosso futuro político, pois há
espaço para todos” - Vereador eleito, sobre as articulações pós-eleitorais em
Varginha.
“Existe
resistência do novo governo ao nome do Leonardo Ciacci, existe pressão para ser
um nome da base do prefeito, talvez o Serginho Japonês!” Vereador eleito sobre
as movimentações para a escolha do novo presidente da Câmara.
“Os
nomes são diferentes, pois não são petistas, mas não são novos! Os escolhidos
são figuras conhecidas do povo, que já ganharam muito dinheiro no passado e por
isso foram expurgados do poder há 12 anos” – Observador político sobre a
expectativa quanto ao novo primeiro escalão do governo municipal do PTB.
Eleitor busca renovação?
Muitos
especialistas em eleições dizem que o eleitor de modo geral buscou a renovação
política no Brasil nestas eleições. Ainda mais depois da eleição de Fernando
Haddad como prefeito de SP, pois o eleito nunca disputou eleição e ganhou de
primeira na maior cidade do Brasil. Outro indicador contribui para identificar
o movimento de renovação apontado pelos especialistas. Após o resultado em
primeiro turno, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) constatou no
estudo de acompanhamento que a entidade faz nas disputas eleitorais que o
índice de reeleição de prefeitos foi o mais baixo desde 2000, quando a
legislação permitiu aos gestores o direito de concorrer a mais um mandato.
O
resultado surpreendeu dirigentes da própria entidade que acreditavam na
reeleição de 66% do total dos candidatos. Nesta eleição, 74,8% dos 3.659
prefeitos com direito a concorrer à reeleição, entraram na disputa. No entanto,
dos 2.736 candidatos à reeleição, 1.505, ou 55%, saíram vitoriosos das urnas. O
levantamento da CNM mostra ainda que, em 2008, 65,9% dos prefeitos que tentaram
o segundo mandato foram reeleitos. Em 2004 e em 2000, esse número foi o mesmo:
58,2%.
Mas
toda regra tem sua exceção, e Varginha parece ter sido assim. Pois se o povo
buscava renovação, o que explicaria a não reeleição de Eduardo Corujinha (PT),
o eleitorado contrariou o movimento renovador do restante do Brasil, elegendo
um político já bem conhecido do eleitorado: Antônio Silva, que não tem nada de
renovador, pois já foi prefeito por dois mandatos no Executivo municipal de
onde saiu há 12 anos. Quem pode explicar a cabeça do eleitor?
Abstenções preocupantes, números
chocantes
A
abstenção nas eleições municipais foi a segunda maior na história dos segundos turnos
do Brasil. Ao todo, 19,11% dos eleitores não compareceram às urnas. O número só
é menor do que nas eleições de 1996, a primeira totalmente informatizada no
Brasil, quando o índice chegou a 19,4%. O segundo turno começou a valer em
1992. O número também é maior do que no primeiro turno de 2012, quando 16,4%
dos eleitores não foram votar. Em 2008, o índice de abstenção foi de 18% no
segundo turno e de 14,5% na primeira fase do pleito. A presidente do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, disse que se “preocupa” com o
índice alto de abstenção e que a Justiça Eleitoral e especialistas deverão
analisar meios mais “eficazes” de convidar o eleitor a votar.
Em
Varginha, que possui cerca de 130 mil habitantes, e 93.447 mil eleitores apenas
79.689 eleitores (85,28%) compareceram em uma das 263 seções eleitorais para
votar. Ou seja, tivemos 14,72% de abstenção, um número grande, pois 13.758
eleitores não foram votar. Só para se ter uma ideia, o vereador eleito mais
votado em Varginha, Pé de Chumbo, obteve 2863 votos!
Para
agravar ainda mais a situação, dos 79.689 eleitores que compareceram as urnas,
2.273 votaram em branco, o que representa 2,85% do eleitorado. E mais 4.122
eleitores votaram nulo, o que representa 5,17% do eleitorado. Dos 73.294 votos
válidos de Varginha, o prefeito eleito obteve 31.657 votos. Ganhou porque
obteve mais votos que seus adversários, mas não obteve a maioria, pois Varginha
possui 93.447 eleitores, onde muitos deles não foram votar, votaram em branco
ou nulo, mas com certeza não vão deixar de criticar e oferecer demandas ao novo
governo. Quem é mais responsável por estes números “antidemocráticos”, onde
cerca de 32 mil decidem o futuro de uma cidade com 130 mil habitantes? O
sistema, o eleitor que não votou, anulou ou votou em branco, quem terá a
responsabilidade pela distorção?
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