Fatos e Versões - 31-10-2012

A IRA DO POVO CONTRA O PT

Contrariando as expectativas da coluna, as sucessivas derrotas do PT em Minas acabaram com as chances da ex-primeira dama, Geisa Teixeira (PT) assumir a primeira suplência na vaga como deputada estadual em Minas. Os deputados estaduais candidatos, Durval Angelo (PT) que concorria no segundo turno em Contagem e Paulo Guedes (PT), que concorria em Montes Claros, perderam as eleições municipais de 2012. Pelo que se viu em Minas, o PT não colheu “bons frutos” nestas eleições, perdendo chances e cidades importantes para se fortalecer no Estado. Com isso, a situação política do PT de Varginha se agrava ainda mais, depois da derrota nas urnas. O problema não é somente ter perdido a prefeitura em Varginha, mas também a forma desgastada junto à população como a legenda sai do poder. Além disso, sem outros cargos de importância relevante, como uma vaga de deputada estadual, por exemplo, o PT de Varginha não terá cargos públicos suficientes para “pendurar” seus principais expoentes. Isso dificulta a reorganização da legenda, seus aliados e grupo político, para as próximas eleições.

Vale destacar, porém, que o partido manteve a Prefeitura de Pouso Alegre, como era esperado, e para surpresa conquistou a Prefeitura de Poços de Caldas, uma das poucas notícias boas para a legenda em Minas, depois do resultado final das eleições.

 ALIANÇA COM PT NÃO FOI BOA PARA O PMDB

A estratégia do PMDB em se manter coligado com o PT, parceiro tradicional em plano nacional, não trouxe resultados positivos para a legenda. Já em cidades mineiras com maior peso político, como Uberaba e Uberlândia, no Triângulo mineiro, e Montes Claros, no Norte do Estado, os peemedebistas se saíram melhor nas eleições 2012 após o racha com petistas.

Nas cidades onde as siglas caminharam juntas, o resultado nas urnas não foi favorável. É o caso da capital mineira. Além de sair derrotada com a indicação do peemedebista Aloísio Vasconcelos para a vaga de vice do ex-ministro Patrus Ananias (PT), a sigla teve sua bancada de vereadores dizimada. Com atuais quatro parlamentares, a próxima legislatura da Casa só contará com um representante do PMDB, Iran Barbosa.

Em Betim, na região metropolitana, outro resultado frustrante. Também com a indicação da cadeira de vice da atual prefeita Maria do Carmo Lara (PT), o PMDB foi derrotado, no primeiro turno, pela chapa encabeçada por Carlaile Pedrosa (PSDB).

Em Varginha, a união atabalhoada das duas legendas não trouxe frutos ao PMDB, que indicou Rogério Salomé para vice do atual prefeito Eduardo Corujinha, juntos, Corujinha e Salomé perderam as eleições e o PMDB não elegeu vereadores. Muitos dos candidatos a vereadores do PMDB desistiram da disputa quando souberam da aliança com o PT em Varginha, os poucos que disputaram não tiveram qualquer apoio da legenda no município.

O presidente estadual do partido em Minas, deputado federal Antônio Andrade (PMDB), admite que as derrotas são fruto de escolhas políticas. "Em Belo Horizonte, o ideal para o PMDB seria a candidatura própria. Mas esta é uma discussão nacional, onde (as lideranças locais) acabaram cedendo e apoiando o PT. Mas o PT também nos apoiou em outras cidades, são várias coligações, uma discussão mais ampla", avalia o mandatário da legenda.

 CANDIDATURA PRÓPRIA É SEMPRE MELHOR

Em importantes cidades do Estado onde o PMDB lançou candidatura descolada do PT, os resultados foram mais favoráveis. Em Uberaba, o deputado federal Paulo Piau conseguiu a vitória na disputa inédita do segundo turno contra o deputado estadual Antônio Lerin (PSB), derrotando o também deputado, Adelmo Carneiro Leão (PT).

Já em Montes Claros, o PMDB optou por não apoiar a candidatura do petista Paulo Guedes à prefeitura do município, indicando o vice na chapa de Ruy Muniz (PRB), que venceu o segundo turno contra o deputado estadual petista.

Já em Juiz de Fora, o embate entre cabeças de chapa do PT e do PMDB deu a vitória ao jovem deputado estadual peemedebista Bruno Siqueira. O deputado estadual peemedebista Bruno Siqueira disputou o segundo turno contra a candidata do PT, Margarida Salomão.

 A BATALHA CONTINUA

Várias ações são discutidas no PT em possível reação à condenação de José Dirceu e mensaleiros petistas à prisão em regime fechado. A CUT já prepara campanha de filiações em massa, para revigorar a legenda. E alguns grupos petistas se mostram dispostos a promover eventos de rua, em solidariedade aos "prisioneiros políticos" e para exigir o mesmo rigor no julgamento dos réus de corrupção de outros partidos. Tudo indica que o mensalão terá muitos e dramáticos desdobramentos depois de finalizado o julgamento pelo STF. Mas estas atividades políticas petistas não devem chegar a cidades como Varginha, onde mesmo sem o desgaste do julgamento do Mensalão, a legenda já amarga derrotas e antipatia de boa parte da população.

 O COMANDO DO NOVO ROUND

O comportamento de Lula deve dar o tom à reação petista. Em conversa com Dirceu, semanas atrás, ele sinalizou que sairia em campo pelos amigos condenados, após o julgamento e as eleições. Esta também é a expectativa da oposição, que esta semana já tratou de pedir ao MP investigações sobre o envolvimento do ex-presidente no mensalão: uma iniciativa de efeitos imprevisíveis, que tanto pode esfriar, como incitar os ânimos do líder petista. O que Lula fará diante da prisão de seus homens, ninguém sabe ainda. Talvez, nem ele próprio. Mas, o clima prenuncia tempestades, mesmo porque, se muitos não gostam de Lula e do PT, todos são unânimes em dizer que Lula ainda detém muito poder junto ao eleitorado nacional, prova disso foi a eleição de seu pupilo Fernando Hadad, como prefeito de São Paulo, a maior cidade do Brasil.

 DESCONFIANÇA, MALDADE, INGRATIDÃO OU TRAIÇÃO

Depois que o “gigante” eleitoral caiu, todos “sobem em cima” de seu corpo sem força, praguejam e xingam os 12 anos de reinado do PT na cidade. Há alguns anos muitos me perguntavam quem era mais forte e poderoso, o PT ou Mauro Teixeira? Para quem duvidava do verdadeiro poder eleitoral que levou o PT ao governo municipal, agora com a derrota de Corujinha e do PT, fica evidente a resposta dos questionamentos! Dê qualquer forma, o final do governo petista está sendo dos mais desastrosos possíveis. Depois do corte de funções gratificadas, corte do ticket alimentação, (já derrubado em liminar judicial) e corte em diversos serviços públicos e atendimentos médicos a credibilidade da atual gestão petista está sendo seriamente danificada a ponto de comprometer o retorno do PT ao poder. Já sabemos que “cuidadosos assessores” guardam documentos e registros de tudo que acontece e aconteceu neste trágico fim de gestão petista, para utilizar em eleições futuras.

E não para por ai, pois o pior ainda está por vir, pois muitos acreditam que várias dívidas ficarão para o próximo prefeito eleito. Vale ressaltar ainda que os eventuais “vestígios e esqueletos no armário” podem ainda comprometer a “honestidade e liberdade” daqueles que mantiveram o poder até aqui. Desta feita, muitos dos que sabem das “ações comprometedoras” agora tentam escapar das punições. Alguns simplesmente traíram os petistas e foram para o outro lado, outros fazem como se nunca tivessem feito parte do governo, já outros, mais “maquiavélicos sugerem incêndios acidentais em parte da documentação existente. Mas o fato mesmo é que os rumores, desconfianças, traições e ingratidões estão todas esperando na esquina, para abandonar o prefeito que sai e entrar na mala do prefeito que entra”.

 AO SEU TEMPO

Me questionam pelas ruas por que ainda não comecei a falar sobre o novo prefeito eleito e sua equipe de transição. Pois bem, ao seu tempo iremos falar de Antônio Silva e sua equipe permanente de governo. Vamos primeiro dar tempo para que o eleito tome conhecimento da real situação do Executivo e do orçamento que terá disponível para trabalhar. Mas não pensem que as responsabilidades do eleito serão esquecidas pela coluna, mesmo porque, temos tudo guardado e documentado sobre as promessas do prefeito eleito Antônio Silva. Muitas das quais, diga-se de passagem, “cheiram a eleitoreira”, por isso, precisamos dar tempo ao “escolhido pelas urnas para provar seu valor e trabalho”, e vermos se teremos solucionado as milhares de vagas que faltam nas creches, a escola em tempo integral, o atendimento nas policlínicas se estendo até as 22 horas, o asfaltamento de toda a zona rural de Varginha, entre outras promessas feitas por Antônio Silva e documentada pela coluna. Boa vontade o eleito possui, mas, de boa vontade o inferno está cheio! Vamos deixar o homem trabalhar e depois voltaremos ao assunto!

 PERGUNTAR NÃO OFENDE

Vamos ter a formação de uma equipe de governo ou um rateio de poder e cargos?

Quantos “consultores não remunerados” teremos palpitando no próximo governo?

 Antônio Silva tem “vocação ou carma” para herdar governo com dívidas?

 Na prefeitura ou no cemitério, onde existem mais esqueletos?

 Leonardo Ciacci ou Serginho Japonês, quem será o novo presidente do Legislativo?

 Pode chegar a R$ 50 milhões a renovação do contrato com a Copasa?

 FRASES

“O governo do Estado nos prometeu apoio, Varginha se tornou politicamente estratégica para o governo, pois das três maiores do Sul de Minas foi a única que elegeu um candidato identificado com o projeto político do governo do Estado, Pouso Alegre e Poços de Caldas foram candidatos adversários do governo. Varginha tem que ser uma vitrine para as pretensões futuras do governador e do senador Aécio Neves”. - Prefeito eleito Antônio Silva, sobre a força e o tipo de relacionamento do governo estadual do PSDB com a nova gestão da Prefeitura de Varginha.

É preciso que se deixe claro a função constitucional do vice, substituir o prefeito nos seus impedimentos eventuais e na sua falta. Mas é claro que precisamos delimitar essas funções. Se você não fizer isso, pode ter uma medida que o vice tomou à sua revelia e de repente ela não ser aquilo que você gostaria e a responsabilidade é sua (do prefeito). Porque a responsabilidade jurídica é do prefeito, ele que responde perante Tribunal de Contas, é ele que responde perante a sociedade, é um regime presidencialista, você não tem como fugir da sua responsabilidade. - Prefeito eleito Antônio Silva “delimitando o espaço que terá” o vice em seu mandato.