Prego
no angu
O sufoco da reeleição de
Obama nos EUA, considerado bom presidente e tido como imbatível no início da
disputa, serve de advertência aos que dão como certa a vitória de Dilma Roussef
ou do candidato ao governo do Estado apoiado por Aécio Neves em 2014. Em dois
anos a popularidade política pode desabar diante de revés econômico. E no
ambiente de instabilidade e crise crônica em que se move hoje o mundo, nenhum
político eleito está firme no cargo.
Gatunagem escolada
Mesmo com o rigor inédito aplicado pelo STF aos
mensaleiros, os comentários sobre enriquecimento ilícito de ex-prefeitos e
deputados correm à solta nos bastidores, com intensidade até maior que nas
eleições passadas. As aparências são de que a corrupção continua avançando no
país. Ou seja, o julgamento do mensalão não está inibindo crimes contra o
erário; no máximo está deixando a turma mais alerta, cuidadosa - e dando mais
serviço a especialistas em tirar proveito de brechas da lei.
Nova configuração política
A Coluna continua a análise sobre a nova configuração do
tabuleiro político regional, principalmente entre os deputados estaduais e
federais e aqueles nomes que estarão na disputa nas eleições de 2014, que
tiveram as eleições deste ano como “prévias do que há por vir”.
Senador Clésio Andrade (PMDB)
O senador Clésio Andrade teve duas grandes derrotas
políticas na região, perdeu em Varginha e Três Corações, dois importantes
redutos eleitorais seus e de seu sobrinho, o deputado federal Diego Andrade
(PSD). Embora os candidatos do senador tenham perdido as eleições em Varginha e
Três Corações, isso não significa que o parlamentar não terá como aproximar ou
atuar na gestão de Antônio Silva, pelo contrário, é bem possível que a essa
altura, tanto Clésio Andrade como Diego Andrade, já tenham construído pontes
políticas, via Dilzon Melo, com o novo prefeito de Varginha, que certamente
precisará de apoio político federal para conseguir recursos do governo Dilma
Roussef (PT).
Porém Clésio Andrade perdeu o prefeito de Varginha para
apoiá-lo como candidato a reeleição como senador ou a governador, uma vez que
“em tese” Antônio Silva, deve apoiar o projeto do PSDB estadual em 2014,
apoiando Aécio Neves, Anastasia e seu grupo político, que hoje são adversários
de Clésio Andrade e do PT. Além das derrotas na região, o senador Clésio
Andrade ainda possui outros muitos problemas a resolver como a disputa de poder
que acontece no seu partido o PMDB, que precisa estar unido para montar chapa com
o PT em 2014, quando Clésio espera ter o apoio do PT para se candidatar a
senador ou para governador. Nos dias atuais, o que se configura é uma
candidatura tendo o PT do ministro Fernando Pimentel como candidato a
governador e o PMDB de Clésio como vice ou a senador. Porém ainda há muita água
para correr até a definição de 2014, mas Clésio precisa sem demora unificar sua
legenda em Minas e entender-se com o PT, que não tem visto com bons olhos, nem
vem sendo fiel as dobradinhas com os peemedebistas.
Clésio Andrade é um grande empresário, pragmático, que
embora não tenha muita experiência como candidato direto (até aqui só ocupando
vices ou suplências) torna-se um candidato atraente por possuir boa equipe
técnica, muito recurso e bom relacionamento no governo federal. Clésio Andrade
é presidente da Confederação Nacional dos Transportes. Mas ainda falta a Clésio
a “intimidade” com as lideranças interioranas, principalmente de seu partido em
Minas, para que seu nome se torne mais forte e competitivo, do contrário, não
terá o apoio do PT e viabilidade política para as eleições de 2014, quando vai
enfrentar o grupo de seu principal “atual inimigo político” que é o senador
Aécio Neves.
Deputado
Federal Eros Biondini (PTB)
O deputado federal Eros Biondini teve grande votação em
Varginha para um deputado com pouca atuação política na cidade. Eros trabalhou
em questões específicas na cidade como o apoio a Abraço e o apoio a dois amigos
diferentes: o vereador Armando Fortunato e o deputado estadual Dilzon Melo. Porém
a força eleitoral de Eros Biondini em Varginha deve-se, sobretudo a Igreja
Católica onde é um “líder político”, sendo apoiado pela Igreja e pela TV Rede
Vida, importante canal de TV dos católicos. Eros Biondini, após acerto com o
governo estadual que contou com a chancela do deputado Dilzon Melo, foi nomeado
secretário de Estado, o que vai permitir maior apoio do parlamentar a suas
bases. Em Varginha, o governo Antônio Silva sai ganhando com a nomeação de Eros,
que apoiou o prefeito eleito desde o início da campanha, que também contou com
Armando Fortunato e Dilzon Melo, amigos do novo secretário.
Por certo, Antônio Silva vai “fazer bom uso do companheiro
deputado que virou secretário de Estado” para angariar recursos para Varginha e
deve assegurar “um bocado de votos” para Eros em 2014, mas não é certo que o
prefeito eleito terá apenas Eros Biondini como federal em 2014. O
deputado/secretário sabe que não poderá esperar muito de Varginha se não criar
uma “estrutura própria na cidade”, independente de Dilzon Melo e Antônio Silva.
Para isso é bem provável que Eros Biondini recorra a parceria do amigo Armando
Fortunato, nome em que aposta para as próximas eleições municipais, mas que
ainda terá muito caminho a percorrer.
O deputado Eros Biondini vai procurar manter o apoio da
Igreja Católica em Varginha, bem como fortificar seus laços com o novo governo
para conseguir o maior apoio em 2014, além de manter, mesmo que fragilmente, a
dobradinha com Dilzon Melo na cidade, mas a “aposta pro futuro em Varginha”
Eros acredita ser com o vereador Armando Fortunato, que anseia maiores espaços
políticos a partir de 2014, quando espera assumir a presidência da Câmara de
Varginha.
Acerto da coluna
A aposta da coluna, bem antes das eleições municipais,
ainda quando as chapas majoritárias e proporcionais das eleições 2012 estavam
se formando, parece que vai se concretizar. A coluna tinha dito que, com a
desistência de Leonardo Ciacci da disputa de prefeito em favor de Renato Paiva e
com o lançamento do Democrata a prefeito e a chapa robusta de candidatos a
vereador do PP, o Partido Progressista faria o novo presidente da Câmara em
2013 e que este nome possivelmente seria Leonardo Ciacci. Pelas últimas
notícias que chegam a respeito de um acordo fechado entre oito dos 15
vereadores eleitos, Leonardo Ciacci será mesmo o novo presidente do
Legislativo.
Sondados pela coluna, líderes do grupo político do PP/DEM e
PTB/PSDB dizem que o acordo para a eleição de Ciacci está fechado e possui o aval
do novo governo e do deputado federal Dimas Fabiano. Pelo visto, o novo governo
começa as negociações políticas sabiamente, não comprando brigas com o grupo do
PP/DEM liderado pelo deputado federal. O PP foi o partido que fez o maior
número de vereadores: 3 eleitos. O partido vai aguardar o início do governo
para saber como se comportar nas votações, já avisou que pode “conviver
pacificamente com o governo Antônio Silva, deixando os estranhamentos políticos
apenas para as eleições de 2014, quando o grupo de Dimas/Renato Paiva pretende
acertar as contas com o grupo de Dilzon/Toninho”.
Acordos e acertos
Se prosperar o acordo entre vereadores, dado como certo
entre oito dos quinze eleitos para a Câmara Municipal, Leonardo Ciacci será o
novo presidente, tendo Armando Fortunato como vice e Reginaldo Tristão como
secretário. O fechamento deste bloco em torno da eleição de Ciacci mostra a
união do grupo político criado para dar respaldo político à candidatura de
Renato Paiva. Mostra que este grupo político vai persistir, pelo menos até as
eleições de 2014, quando o “padrinho do grupo” deputado Dimas Fabiano (PP) vai
disputar a reeleição. Unidos, PP/DEM/PV/PPS/PSC são mais que importantes para o
novo governo, a união destas siglas garante proteção a seus líderes e palavra
final em muitos assuntos políticos locais.
Reforço de caixa
Por falar no deputado federal Dimas Fabiano (PP), a coluna
soube dos números referentes à nova regra votada na Câmara Federal sobre os royalties
do petróleo. O deputado Dimas Fabiano votou a favor da distribuição dos valores
de forma mais justa entre todos os estados e municípios do Brasil, quebrando a
“caixa preta” apenas entre municípios e estados produtores de petróleo. Para se
ter uma ideia, em 2011 Varginha recebeu, pela regra atual de distribuição dos royalties
de petróleo, a quantia de R$ 431.882,00 Nada mal para uma cidade que está a
centenas de quilômetros de qualquer poço de petróleo, porém a conta feita no
Congresso Nacional e defendida por Dimas Fabiano e a maioria das bancadas dos
estados é a de que, Varginha, bem como as outras milhares de cidades pelo
interior do Brasil também são “donas do petróleo” existente no litoral
brasileiro. Desta forma, foi votada e aprovada a nova regra de distribuição dos
recursos desta riqueza natural brasileira e não apenas carioca, capixaba e
paulista, que seguiu para aprovação da presidente Dilma Roussef (PT). Se
aprovada como foi enviada para Dilma, a nova regra vai garantir para Varginha,
já a partir de 2013, a quantia de R$ 2.657.011,00 aos caixas municipais. Um
aumento de R$ 2.225.129 a mais na receita anual. Com certeza uma grana que faz
“saltar os olhos” de qualquer administrador municipal. A cidade de Três Pontas,
por exemplo, que no ano passado recebeu cerca de 280 mil reais dos royalties de
petróleo, pela nova regra receberá pouco mais de hum milhão e setecentos mil
reais. Já a também vista Três Corações que em 2011 recebeu pouco mais de R$ 330
mil, pela nova regra passaria a receber em 2013 a quantia de R$ 2.031.832,00,
está explicado por que o Congresso Nacional estava tão eufórico para votar a
matéria. Dois deputados federais ouvidos pela coluna, um inclusive do PT,
disseram que dificilmente o Congresso vai abrir mão de uma distribuição mais
igualitária deste recurso, entre os demais municípios do Brasil. Até mesmo uma
derrubada de um eventual veto da presidente Dilma não é descartado pelos
congressistas.
Perguntar não ofende
Quem já viu a relação de doadores das campanhas eleitorais
dos vencedores do pleito de 2012? Os principais doadores são clientes e
interessados “umbilicais” nos rumos do Poder municipal.
Quem já leu e
arquivou para cobrar depois, o plano de governo apresentado pelo governo eleito
e protocolado na Justiça Eleitoral, antes do resultado das urnas? Aliás, entre
as promessas do prefeito eleito está o asfaltamento das principais estradas
rurais e a compra do Cine Rio Branco!
Onde estão os
barulhentos petistas que povoavam o calçadão aos sábados e os bares nos finais
de semana?
Os nomes indicados
para a equipe de transição podem mostrar qual será a “proporção de nomeações”
entre o deputado, o prefeito e o vice?
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