quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Fatos e Versões 21-11-2012



Encontros e desencontros

O PMDB mineiro reuniu ontem em BH os seus prefeitos, vices e vereadores eleitos num encontro em um hotel 5 estrelas da Capital. Oficialmente, um encontro de novos e antigos peemedebistas para troca de ideias. Na prática, um evento para reforçar o presidente estadual do partido, Antônio Andrade, em campanha aberta para se reeleger no cargo em dezembro. Outros deputados estão interessados no posto de presidente do partido. Mas um acordo para a união da legenda não está descartado até a convenção que acontece em breve.


O bicho é grande, quase mega

O jogo do bicho é a segunda modalidade de jogo com maior faturamento e número de apostadores no país, atrás apenas da Mega-Sena. Em 12 meses, entre maio de 2008 e maio de 2009, o bicho movimentou pelo menos R$ 571 milhões, (o valor corrigido em 2012 seria de R$ 697 milhões) desembolsados por 1,1 milhão de pessoas. A estimativa faz parte da última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), o mais detalhado levantamento do IBGE sobre hábitos de consumo dos brasileiros.
Em termos de faturamento, os bingos, outra modalidade ilegal, ficaram em terceiro, com R$ 336 milhões no mesmo período. Máquinas do tipo caça-níqueis e brigas de galos, igualmente proibidas pela lei, também foram citadas, ao lado de jogos de cartas, corridas de cavalo, rifas e loterias federais e estaduais. A pesquisa do IBGE incluiu entrevistas em 55 mil domicílios de todo o país.
 O bicho está pegando, cada vez mais...
A partir das informações prestadas pelos brasileiros, o instituto estimou em R$ 4,2 bilhões o montante gasto em apostas no país, envolvendo 9,7 milhões de apostadores (5% da população).
O próprio IBGE admite, porém, que o resultado é subestimado, dado o formato da pesquisa, que desconsidera despesas de turistas e não residentes, além de depender da memória e da disposição dos entrevistados de responder às perguntas. Evidência disso é que só o faturamento com loterias da Caixa Econômica Federal totalizou R$ 5,7 bilhões, em 2008, e R$ 7,3 bilhões, em 2009. Acima, portanto, dos R$ 4,2 bilhões estimados pela POF na mesma época.
"Os resultados nunca vão bater", disse o gerente da POF, Edilson Nascimento, chamando a atenção para a metodologia da pesquisa, que registra as despesas com jogos relatadas pelos entrevistados no intervalo de sete dias.
 O bicho está pagando, cada vez mais...
Ainda segundo a pesquisa do IBGE, o jogo do bicho responde por 14% dos gastos dos brasileiros com apostas. Esse percentual sobe para 22,5% se forem somadas despesas com bingos. Diferentemente das loterias oficiais, o jogo do bicho não paga imposto nem destina parte do dinheiro para programas esportivos, de assistência social e educacionais.
A exemplo do resto do país, em Varginha existe um forte esquema do jogo do bicho. Invisível aos olhos das polícias, ministério público, judiciário etc, mas bem visível à população que sabe onde e com quem apostar, muitas pessoas arriscam todos os dias na prática da contravenção em Varginha. A coluna ouviu pessoas ligadas ao jogo do bicho, além de “outras fontes conhecedoras do assunto” e ficou chocada com as informações obtidas. Sabe-se que mesmo em Varginha, que possui e coordena muitas “bocas do bicho” na cidade e na região, as movimentações financeiras são astronômicas e não é somente o bicheiro e seus “auxiliares” que rateiam os lucros. As informações passadas em sigilo à coluna apontam que grande parte dos recursos do bicho na cidade são utilizados para o pagamento de autoridades para fazerem “vista grossa” do crime, que vem crescendo em Varginha. As informações apontam ainda que, até mesmo candidatos das eleições de 2012, foram beneficiados com recursos oriundos do bicho. A realidade das informações é de tal constatação que há anos não se ouve falar em apreensões ou “incômodo” das autoridades ao trabalho vigoroso e rentável dos bicheiros em Varginha e região. E pelo visto e a julgar pelo “tamanho do regalo” dito à coluna, o Jogo do Bicho não será incomodado tão cedo na região. 
 A mudança do Boa
Num ato extraoficial, o prefeito eleito Antônio Silva, o vice-prefeito eleito Vérdi Lúcio Melo e 14 dos 15 vereadores eleitos participaram de reunião de 2 horas com a diretoria do Boa Esporte. (Apenas o vereador Jorge do Hospital não estava presente). Na reunião  ficou acertada a permanência do Boa por mais 4 anos em Varginha.
Corria o boato de que o time permaneceria apenas mais dois anos, talvez em função do estádio do Ituiutaba ainda estar em fase inicial de construção e Varginha ter as condições ideais e logísticas para a equipe continuar na cidade.
O prefeito eleito Antônio Silva teria se comprometido a fazer um acordo com o clube semelhante ao que a atual administração petista realizou, para continuar com o Boa na cidade. Entre as exigências que serão dadas pela prefeitura ao clube, está o uso do estádio, do campo de treinamento, manutenção do gramado, as contas de água e luz que serão patrocinadas pela prefeitura além de disponibilização de um médico, de um fisioterapeuta, inerentes à profissão de jogador.
Porém não foi “só cobrança de um lado e arreamento de calças do outro”. Foi lembrado na reunião que a logomarca do clube ser uma estrela vermelha e o mascote do time ser uma coruja trazia “muito incômodo” ao novo governo e que precisava ser “revisto”.
Ninguém lembrou de dizer que o médico colocado a disposição do time pode fazer falta ao já defasado quadro de médicos das policlínicas e da UPA. Também não disseram que os valores gastos com água e energia para o Melão podem fazer falta, como de fato fazem, para pagar as contas de telefone e suprimentos básicos ao andamento do Executivo, como toner de impressora e material de papelaria, que aliás estava em falta no Executivo, dias atrás. Sem dizer que, em Ituiutaba, cidade natal do Boa, é certa a volta do time nos próximos anos. Afinal, na cidade do triângulo mineiro o Boa está fazendo o maior de seus investimentos, que é a construção de um grande estádio e centro de treinamentos. O time estaria fazendo estes grandes investimentos só para perder dinheiro e deixar de “lembrança” para Ituiutaba ou o novo governo acredita mesmo em duendes e papai Noel?
 Um Pimentel no caminho do trem e dos pedidos
O senador Clésio Andrade cobrou do Ministro dos Transportes, Paulo Passos, a reativação da Ferrovia Varginha – Santos, como forma de melhorar o escoamento da produção até o porto do litoral paulista.
O político mineiro lembra também que o transporte ferroviário reduz os custos logísticos, o que eleva a competitividade do produto nacional. A demanda, encaminhada ao ministro, consta no Fortalecimento de Minas, documento organizado para enumerar as principais demandas regionais do estado.
O senador mineiro tem feito grande esforço para “arrancar um recurso ou cargo no governo a favor de Minas, mas, sobretudo, para fortalecer a sua base de apoio e amigos e sua possível candidatura a governador”. O Senador só esqueceu de combinar isso com o ministro petista da Indústria e Comércio Fernando Pimentel, o mineiro também é candidatíssimo a governador em 2014.
 Transição de governo
O reitor Stéfano Barra Gazzola é quem vai coordenar a equipe de nove pessoas da equipe de transição do novo governo. Os trabalhos já começaram e muita boataria vem chegando as “centrais de fofocas”. Entre as funções do grupo, estão a de analisar os contratos e obras em andamento, serviços terceirizados e processos licitatórios. Sabe-se que existe “atenção especial para as contas atrasadas com fornecedores, e com os recursos federais que ainda estão por chegar ao caixa.
O primeiro encontro com a atual administração foi realizado no gabinete do prefeito Eduardo Corujinha. O procurador Paulo César da Silva, o secretário de fazenda, Bertonlúcio Mendonça e o secretário de administração, Guilherme Tadeu, também participaram na reunião com a equipe de transição. Os primeiros encontros entre o governo que sai e o que entra foram cercados de muito “respeito falso e rivalidade verdadeira”, que tem se acentuado a cada dia. Nos bastidores comenta-se que o novo governo não deseja “colocar a faca no pescoço” do prefeito petista, que acreditam ser uma pessoa honesta, mas sabem que precisam identificar todos os “esqueletos guardados no armário e expor as vísceras e chagas da administração que acaba” sob pena dos petistas voltarem com tudo em 2014 e 2016, pintando outra realidade. E um dos “cardeais do novo governo” confidenciou a coluna que, “alguém do atual governo ir pra cadeia é um risco que se corre, para assegurar que a verdade seja mostrada”. Será que a coisa está mesmo feia assim?
A equipe de transição não tem um prazo para concluir os trabalhos. O prefeito eleito, Antônio Silva, ainda está definindo os nomes que vão compor o secretariado em 2013. Traduzindo em miúdos, estão vendo onde melhor colocar Joadylson, Honorinho, Crepaldi, Berenice e cia Ltda.

Procurados
Entre os homens mais procurados de Varginha está o secretário municipal da Fazenda, Bertonlúcio Mendonça, que cuida entre outras coisas da arrecadação e pagamentos no governo que se encerra em 31 de dezembro. Não são raras as lamúrias e descontentamentos entre aqueles que têm o que receber do governo municipal. Aliás, são muitos e nervosos os que possuem notas a receber. De mesmo modo, os atentos “espias da transição” estão de olho em tudo que possa interessar ao novo governo, e pode crer que assuntos da secretaria municipal da fazenda interessam muito ao novo chefe do Executivo municipal.
Outros “procurados” na cidade são o prefeito eleito Antônio Silva, o vice-eleito Verdi Melo e o deputado estadual Dilzon Melo, e as razões são as mesmas: cargos. Sabe-se que o “rateio de poder” vai ocorrer principalmente entre este grupo, tendo uma ou outra área de influência entre um aliado ou partido da base.
Embora Antônio Silva não deseje “ressuscitar” toda a sua velha equipe, é certo que a base de seu grupo terá nomes como Berenice Tupi Tavares, Luiz Fernando Alfredo e Edson Crepaldi, nomes conhecidos nas administrações de Antônio Silva. Já Verdi Melo começa a montar sua pequena equipe de apoio político direto, que não serão muitos, mas precisam ser bons. Entre os nomes de Dilzon Melo, estão pessoas de confiança de Stéfano Barra Gazola e Jéfferson Melo, a dupla técnica vencedora do PTB municipal. 

Perguntar não ofende
Num Legislativo comandado pelo PP de Dimas Fabiano e um Executivo eleito sob o “guarda chuvas político” de Dilzon Melo, onde se abrigará o PT de Geisa Teixeira?

Enquanto um guarda e arquiva as promessas de eleição o outro filma e documenta o estado das policlínicas, escolas e das dívidas públicas? Será que a eleição de 2014 já começou?

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